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SPIDERMAN

Na história do Homem Aranha, o jornal para onde Peter Parker vende as fotos do Homem Aranha chama-se Daily Bugle (Clarim Diário)

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HAGAR THE HORRIBLE

Também nos desenhos animados de Hagar o Horrível podemos encontrar referências a clarins.

BEETLE BAILEY OU RECRUTA ZERO

Em várias histórias de desenhos animados também podemos encontrar referências a clarins, como aqui o caso do Recruta Zero ou Beetle Bailey (nome original)

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O CLARIM NA IMPRENSA

São vários os títulos de impressa chamados clarim.

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O CABO CLARIM

Poesia de Jayme Caetano Braun

De artilharia a cavalo
se apruma o Cabo Clarim
mutilado e mesmo assim
permanece o mesmo galo;
nunca puderam domá-lo
à bala nem a lançaço;
seu toque rasga o espaço
e a valentia se alarga;
- pra comandar uma carga
não precisa mais que um braço!

TOQUES DE CLARIM NO DESPORTO

Nos Estados Unidos toques de clarim ou similares foram usados em eventos desportivos, sendo “First Call” amplamente utilizado em corridas de cavalos, por exemplo.

EL DEGÜELLO

Há um toque de clarim mexicano chamado “El Degüello”. Traduz-se literalmente como "Degolar", dizendo ao inimigo para se render, pois não haverá piedade. Embora alguns historiadores estejam em desacordo, é relatado que este toque de clarim foi usado pelo exército do General Santa Anna antes da Batalha do Álamo em 1836. A partitura utilizada pelos clarins mexicanos encontra-se preservada num museu da Cidade do México. O compositor Carter Burwell usou uma versão lenta deste toque, sobreposto com um violino para criar a faixa chamada "Degolar de Crockett" no filme 2004 da Disney "The Alamo".

TOQUES DE CLARIM NAS MÚSICAS DE FILMES

Muitos filmes usam toques reais de clarim para fins historicamente apropriados, por exemplo, em filmes militares ou de guerra, ou pela Cavalaria dos Estados Unidos em muitos westerns, particularmente a “Carga” quando eles vão ao resgate.

Nalgumas das cenas mais fortes em "The Good, The Bad and The Ugly", o compositor Ennio Morricone usa frases musicais semelhantes aos toques de clarim contra uma melodia lenta na música “The Strong (Il Forte)” quando os personagens se encontram com os militares dos dois lados durante a Guerra Civil.
No filme "Patton", o compositor Jerry Goldsmith usa figuras simples de duas notas para apresentar o tema principal. A sua semelhança ao clarim, quando combinada com caixas de guerra, trompetes piccolos e um tema de marcha, todos servem para enfatizar o histórico militar do famoso General.
No filme "Apollo 13", o compositor James Horner usa um tema principal primeiramente tocado num trompete, o que sugere fortemente um toque de clarim, o "Last Post", em particular. Neste caso, o compositor não está sugerindo diretamente os militares, mas evocando heroísmo e orgulho nacional no esforço à volta da missão em geral, e ao retorno de Apollo 13 em particular.

Ennio Morricone - "Il Forte" ("The Strong")

PATTON (1970) Main Title - Movie Soundtrack By Jerry Goldsmith

Apollo 13 Main Title - James Horner

TOQUE DE CLARIM DA OVERTURE LEONORE NO.3 DE LUDWIG VAN BEETHOVEN

Beethoven escreveu uma série de aberturas para a sua ópera Fidelio, mas ele não estava inteiramente contente com elas, com essa finalidade, então essas aberturas tornaram-se peças de concertos. Leonore No.3 é uma dessas aberturas, e no meio da peça há uma chamada de clarim, que é tocada por um trompete situado fora do palco para que pareça distante. Era certamente a intenção de Beethoven sugerir uma chamada de clarim neste ponto, embora neste caso particular as notas não sejam idênticas às de um clarim.

TOQUE DE CLARIM NO INÍCIO DE CAPRICCIO ITALIEN DE PETER TCHAIKOVSKY

Tchaikovsky estava de férias em Roma durante o inverno de 1879-80, onde compôs o seu trabalho chamado "Capriccio Italien", que incorpora canções folclóricas e outros sons que o compositor ouviu em Roma. Havia um quartel de cavalaria ao lado do seu hotel e ele transcreveu uma ligação de clarim que ouvia todas as manhãs vindo do quartel. Este toque de clarim é usado como abertura do “Capriccio Italien”.

O CONDE DE LIPPE

Nascido em Londres em 1724, Friedrich Wilhelm Ernst zu Schaumburg-Lippe foi um notável político e militar alemão que esteve ao serviço de Portugal durante o consulado pombalino. Remodelou totalmente o Exército Português que comandou durante a Guerra Fantástica (1762-69) e a ele se deve o nosso primeiro Regulamento de Disciplina Militar, o célebre RDM. Ficou na nossa História conhecido por Conde de Lippe.
Conta-se que nessa primeira versão do RDM o Conde mandou escrever que “o Sargento deve saber ler, escrever, e contar, pois o Oficial, sendo nobre, pode não saber”. Mais consta que deviam “ir para corneteiros os ciganos, raianos, algarvios e outra gente de mau porte”. Outros tempos, outros pensares…

Wilhelm Friedrich Ernst zu Schaumburg-Lippe
O Soldado João

O SOLDADO JOÃO

de Luísa Ducla Soares

Era uma vez um soldado chamado João. Vinha de sachar milho, de regar cravos, de semear couves e manjericos.
Agora, toca a marchar, de espingarda ao ombro, mochila às costas, botas de cano, farda a rigor.
Pelos campos fora, o soldado João era a vergonha dos batalhões. Trazia uma flor ao peito, punha as mãos nas algibeiras, coçava o nariz, não acertava o passo. E, para cúmulo, assobiava ou cantava modinhas da sua aldeia.
Bem lhe ralhava o sargento, o ameaçava o capitão, o castigava o general.
O soldado João continuava a marchar, feliz e desengonçado, como se fosse à feira comprar gado ou ao mercado vender feijão.
Mas tanto, tanto marchou o soldado João, que chegou à terra da guerra.
Todos os soldados carregaram as espingardas e fizeram pontaria. Mas o soldado João achou indelicado não ir cumprimentar os colegas da outra banda. Pousou a arma, saltou a trincheira, avançou estendendo a mão.
Então, os outros soldados, espantados, estenderam também a mão.
— Fogo! — gritava o sargento.
— Disparem! — mandava o capitão.
— Atirem! — ordenava o general.
Mas os soldados eram tantos que demorava muito tempo a cumprimentá-los. Foi o sargento buscar o soldado João, dizendo:
— Rapaz, não te lembras de que te ensinei que a guerra é para matar? Vou pôr-te a corneteiro, já que não tens jeito para atirador.
O soldado João pegou na corneta, ei-lo a soprar, e logo o fandango ecoou pelos campos fora, convidando à dança.
Sapateava a tropa, rodopiava, batia palmas.
— Alto! — gritava o sargento.
— Basta! — mandava o capitão.
— Parem! — ordenava o general.
Arrancou o sargento a corneta ao soldado João e, zangado, explodiu:
— Vais para cozinheiro do exército. Ao menos aí não empatarás a guerra.
Mal chegou à cozinha, foi buscar café. Arrastava pelas fileiras, fumegando, o enorme panelão, apetitoso, perfumado.
Aproximava-se de cada soldado, tirava-lhe o capacete para fazer de malga, despejava-lhe uma concha de café. Amigos e inimigos, todos se deliciavam com tão inesperado pequeno-almoço.
— Ao vosso lugar! — gritava o sargento.
— A postos! — mandava o capitão.
— Perfilar! — ordenava o general.
Tiraram a panela ao soldado João, enrolaram-no numa bandeira da cruz vermelha, dizendo:
— Já não és atirador, nem corneteiro, nem cozinheiro. Daqui por diante, és enfermeiro militar.
Mal se viu na nova função, ei-lo a correr à procura de feridos.
Viu um tenente com um olho negro e foi tratá-lo.
Viu um furriel com uma picada de abelha e, num instante, lhe arrancou o ferrão.
Notou que os dois generais inimigos coxeavam ligeiramente, descalçou-lhes as botas e pôs-se a tirar-lhes os calos.
Então, o incrível aconteceu.
Os dois generais levantaram-se ao mesmo tempo e condecoraram-no com duas luzentes medalhas de ouro.
Como era noite, acharam que já passara o tempo da guerra, apertaram as mãos e partiram em paz.
O soldado João sete dias andou até chegar à sua aldeola, onde de novo sacha milho, rega cravos, semeia couves e manjericos.

A LENDA DA LAGOA DA CORNETA

Na pacata Vila Carmelo, no Brasil, faz 182 anos que os canhões se silenciaram, pondo fim à maior guerra de sucessão da história do país, mas os ecos da Revolução Farroupilha continuam atiçando o imaginário dos gaúchos.

Durante as noites sem lua, em que o vento parece trazer remotos lamentos, e até o cricrilar dos grilos silencia, moradores do povoado de Carmelo podem ouvir os toques dum clarim, implorando para que a tropa não recue diante do inimigo mais poderoso. Quem escuta os sons de "avançar!" garante não sentir medo. Sabe que apenas teve imaginação suficiente para ser bafejado por uma lenda.

Avós, adultos e crianças da Vila Carmelo, no município de Rosário do Sul, conhecem a história do corneteiro que morreu dentro de uma lagoa profunda, enquanto combatia as forças do Império do Brasil, há 182 anos. O relato oral foi passado por gerações, claro que com as variações e as deturpações que podem ocorrer. Habituaram-se a conviver com a assombração - e não a temem.

Tudo começa em 17 de março de 1836, próximo de onde surgiria o município de Rosário do Sul. À frente de 800 farrapos, o coronel José de Almeida Corte Real foi envolvido e desbaratado pelo astuto Bento Manoel Ribeiro. Deveria ter esperado o reforço de Bento Gonçalves, que estava perto, mas aceitou bater-se acreditando numa vantagem de que não dispunha.

A falta de cautela foi desastrosa: o imperial Bento Manoel contou 200 prisioneiros, entre eles Corte Real, e dezenas de mortos, incluindo o soldado clarim. Parte deles afogou-se na lagoa durante a fuga, ignorava que não tinha pé, embora aparentasse - e segue parecendo - ser rasa.

O episódio alterou a vida na região, com desdobramentos que ainda perduram. Situada entre a Vila Carmelo e o Rio Santa Maria, a então Lagoa Funda foi rebatizada de Lagoa da Corneta, em homenagem ao clarim farroupilha. E suas águas plácidas passaram a emitir ecos que continuam surpreendendo.

Quem vive nos arredores adaptou-se às aparições repentinas do fantasma corneteiro e aos enigmas da lagoa.

Os restos mortais do soldado do clarim e dos farroupilhas que tombaram na Lagoa da Corneta, naquele combate travado há 182 anos contra o exército imperial, foram sepultados com a pressa que a guerra impõe, e nunca puderam descansar em paz.

Em 1851, ao passar pelo local a caminho da Argentina para enfrentar o ditador

Juan Manuel de Rosas, em mais uma campanha de fronteira contra os vizinhos castelhanos, o general João Antônio da Silveira organizou um pequeno cemitério aos que haviam morrido 15 anos antes. Um dos comandantes farroupilhas na revolução finalizada em 1845, João Antônio queria reverenciar as vítimas da Lagoa da Corneta com um jazigo mais sólido.

Por sucessivas gerações, caçadores de relíquias (armas e moedas) violaram o túmulo coletivo. Sem qualquer ponta de receio do fantasma do clarim, profanaram o sepulcro campestre com repetidas escavações.

Os vestígios só não desapareceram porque a Confraria de Resgate Histórico (CRH), de Rosário do Sul, construiu um monumento no lugar, em 2004.

Um singelo obelisco sinaliza a área, ao lado do mausoléu, cujo frontispício exibe uma cruz, em memória aos mortos, e uma corneta, para lembrar o clarim farroupilha. Ambos os símbolos estão em posição inclinada, para a direita.

As narrativas de aparições, magias, sustos e maldições foram passadas ao longo de gerações, de avós para netos, com as deturpações que ocorrem pelo caminho. Algumas estão registadas em livros. Sobrevivem na memória de quem as escutou e, sobretudo, acredita no imponderável.

Cabe esclarecer que são apenas lendas, nada mais.

AS ORIGENS DO TOQUE FÚNEBRE  NORTE-AMERICANO DE CLARIM (O “TAPS“)

O toque Taps é, indiscutivelmente, um dos toques que clarim mais reconhecíveis de toda a História Militar Ocidental, sendo tocado várias vezes durante cerimônias fúnebres militares, em várias partes do mundo.
De acordo com o que se conta, o toque Taps foi originalmente feito para sinalizar que as luzes seriam apagadas nos edifícios e prédios militares, porém ele foi assimilado rapidamente como toque fúnebre pelo Exército da União e pelo Exército Confederado, durante a Guerra Civil Norte-Americana. Registos militares apontam que a primeira vez que o Taps foi usado como toque fúnebre foi em 1862, durante a Campanha da Península, na Virgínia.
Mas quais são as origens reais desse toque de clarim tão comum atualmente? É aqui que entra a lenda urbana.
Reza a lenda que, em 1862, um capitão unionista, Robert Ellicombe, escutou o choro e o lamento de um soldado ferido no campo de batalha, um campo que ia das suas linhas de batalha até as linhas inimigas, perto de Harrison’s Landing, na Virginia.
Atravessando corajosamente o campo de fogo inimigo, ele foi resgatar o soldado abatido. Para seu horror, voltando para o campo amigo, o soldado morreu nos seus braços durante o transporte até a tenda médica. Para piorar a situação e o horror da experiência, o soldado era, nada mais nada menos, o seu próprio filho, que lutava pelos Confederados!
O Capitão Robert suplicou que o seu filho, mesmo sendo um soldado inimigo da União, tivesse um enterro digno, com toda pompa militar possível, mas a súplica foi negada pois era um soldado inimigo. Mesmo assim, foi permitido a um tocador de clarim tocar um toque fúnebre, enquanto o filho do capitão unionista era enterrado na sua cova. Ellicombe deu para o corneteiro um papel com uma série de 24 notas musicais. Essas notas tornar-se-iam o Taps, o toque fúnebre militar mais reconhecido no mundo.
Mas, dizendo a verdade, o Taps tem uma origem muito mais simples e sem romantismos que essa do mito. A única parte verdadeira dessa lenda é que, realmente, o Taps foi tocado na região mencionada, Harrison’s Landing, mas quem mandou que fosse empregue foi o general da União Daniel Butterfield – a música era um toque meio antigo e pouco usado chamado “Scott’s Tattoo”, “tattoo” sendo um termo militar holandês que significava que era hora dos soldados fecharem as suas canecas de cerveja com aquelas tampas europeias clássicas (chamadas de Taps), e que estava na hora de voltar para o campo militar, para as suas tendas, dormir.

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A HISTÓRIA DO CORNETEIRO LOPES

O conflito ficou conhecido como a Batalha de Pirajá e teve um papel decisivo na Guerra pela Independência da Bahia, pois assegurou a continuidade do cerco à cidade de Salvador, que estava sob o domínio das tropas portuguesas.
Foram mais de 4 horas de combate. O exército português era mais numeroso, além de melhor treinado e equipado. A vitória lusitana era dada como certa. Tanto o era que, diante da iminente derrota, o Comandante Barros Falcão ordenou o recuo das tropas brasileiras.
Mas eis que, em vez do toque de “recuar”, o corneteiro Luís Lopes deu o sinal de “cavalaria avançar” e, em seguida, o de “degolar”. E quem acabou partindo em retirada foram as tropas lusitanas, imaginando que os brasileiros tinham recebido reforços.
Cavalaria brasileira não havia mesmo. Mas a história do tal corneteiro é colocada em dúvida, tanto pela ausência de documentos históricos que comprovem a sua existência, como pelo fato de o episódio soar como lendário.
Na obra Memórias Históricas e Políticas da Bahia, o historiador Inácio Acioli de Cerqueira e Silva apresenta a explicação da vitória brasileira na Batalha de Pirajá como decorrente de um toque errado de corneta.
Já o barão do Rio Branco, nas Efemérides brasileiras, ao registar e comentar o conflito, não menciona a participação do corneteiro Lopes, embora conhecesse o texto de Acioli.
Brás do Amaral, em História da independência na Bahia, obra escrita no ano em que se comemorou o centenário do 2 de Julho, conta o mesmo que Acioli já havia dito.
Pedro Calmon, ao tratar das lutas da independência, na obra História do Brasil, nada fala sobre a intervenção providencial do corneteiro, que era português, mas integrava o exército brasileiro.
O historiador Cid Teixeira afirma que prefere acreditar no testemunho presencial de Ladislau dos Santos Titara, que, além de ser o autor do Hino ao Dois de Julho, era soldado, lutou na batalha e disse que ouviu o toque de “avançar cavalaria”.
Um outro testemunho, o Alexandre Gomes de Argolo Ferrão, o Barão de Cajaíba, atesta o feito do corneteiro Luís Lopes. Ele era comandante da Legião de Caçadores da Bahia, uma das unidades que participaram do combate de Pirajá.
Cajaíba foi quem acompanhou D. Pedro II, numa visita que este fez ao campo histórico de São Bartolomeu de Pirajá, em 9 de outubro de 1859. O imperador registou, no seu diário, que o barão lhe contou que os brasileiros ganharam a batalha graças a "um corneta trânsfuga português que descompunha, por meio de toques, o exército lusitano, e neste dia, tocando a retirada, fez com que avançassem os lusitanos para debandarem para o lado do campo de Cabrito e da cidade, logo que ouviram os vivas dados a meu pai, pelo major de Pernambuco Santiago; os tiros de uma pequena peça assestada ao lado direito da igreja, para quem segue para o Cabrito e o toque de degola da cavalaria que deu o tal corneta, quando apenas havia trezentos brasileiros, sobre que se dirigiam quatro colunas lusitanas, tendo por todos quatro mil homens, uma parte da cidade, outra ao lado do Cabrito, outra de Itapoã e outra em direção à praia próxima que chegou ao desembarque, quando as outras já se debandavam”.
Algumas linhas adiante, o monarca escreveu no diário: "todas estas informações são do Cajaíba, e só posso afirmar que as ouvi" .

A HISTÓRIA DO CORNETEIRO

 (Lendas Malditas de Portugal, autor anónimo do séc. XXI)

Nos primeiros tempos da fundação da nacionalidade – tempo do nosso rei D. Afonso Henriques – no fim de uma batalha o exército vencedor tinha direito ao saque* sobre os vencidos.
Pois bem, após uma dessas batalhas, ganha pelo 1º Rei de Portugal, o seu corneteiro lá tocou para dar “início ao saque” a que as tropas tinham direito e que só terminaria quando o mesmo corneteiro desse o toque para pôr “fim ao saque”.
Mas, fruto de alguma maleita ou ferimento, o dito corneteiro finou-se, antes de conseguir tocar o “fim ao saque”.
E, até hoje, ninguém voltou a tocar, anunciando o fim do saque.
Afinal a culpa é mesmo do corneteiro!…
Não haverá por aí alguém que conheça o toque ?
*(Saque – s. m. : acto de saquear. Roubo público legitimado)

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OS FRAGATAS - A FANFARRA DA FRAGATA D. FERNANDO II E GLÓRIA

A Fragata D. Fernando II e Glória, é o último navio exclusivamente à vela da Marinha Portuguesa, e a última “Nau” da “Carreira da Índia”, verdadeira linha militar que durante mais de 3 séculos fez a ligação entre Portugal e aquela antiga colónia. Foi também o último grande navio a ser construído no estaleiro real de Damão (Estado da Índia) onde foi lançado à água em 1843, sendo depois rebocado para Goa a fim de ser armado e aparelhado.
O navio foi batizado com o nome de D. Fernando II e Glória em homenagem a D. Fernando Saxe Coburgo-Gotha, marido da Rainha D. Maria II de Portugal e à própria Rainha cujo nome era Maria da Glória.
Entre 1865 e 1938, fundeado no Tejo, funcionou como Escola de Artilharia Naval.
Em 1947 o navio passou a ser a sede de uma obra social que viria a acolher muitos adolescentes e jovens rapazes, maioritariamente órfãos e provenientes de classes desfavorecidas e que nele recebiam formação escolar e aprendizagem técnica naval para mais tarde poderem trabalhar na Marinha de Guerra, de pesca ou mercante.
Em 1963, ainda nessas funções, a D. Fernando II e Glória sofreu um grande incêndio que a destruiu em grande parte, tendo ficado meio submersa no rio Tejo até 1992, altura em que foi decidido promover a recuperação e restauro do navio, sendo equipado para servir como navio museu.
Curiosamente, enquanto instituição social, a fragata dispunha de uma fanfarra, apelidada de "Fragatas" ou “Fragatinhas”, e participavam nos mais variados eventos, como procissões, feiras, encontros, e desfiles.

HISTÓRIAS, CURIOSIDADES E FATOS

e algumas referências a Clarins

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